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Ayla Zimmer
Bernardo estava sentado na
beira da calçada quando ouviu um barulho esquisito. Ele olhou para os lados,
mas não viu nada, a rua estava completamente deserta não havia o menor sinal de
vida naquela rua a não ser é claro o dele. Ele pensou que devia ter imaginado,
então voltou a contemplar os seus sapatos encardidos.
Bernardo é um rapaz magro de
estatura alta, a pele que normalmente era bem clara, estava escura pela
sujeira. Possuía cabelos negros e cacheados, seus olhos são castanhos e miúdos.
Ele voltou a ouvir o estranho
barulho, olhou de um lado e do outro, não viu absolutamente nada, mas desta vez
ele não o ignorou, tinha certeza de que ouvira o barulho, não podia ser a sua
imaginação, então levantou da calçada e começou a andar pela rua procurando o
que causou o estranho barulho. Andou, andou e andou, mas nada encontrou, foi
então que ouviu o barulho de novo, porém desta vez o barulho estava ainda mais
alto. Bernardo notou que o barulho vinha de um cesto de lixo, então foi até lá
e se deparou com um estranho objeto redondo que estava dentro do cesto de lixo.
O objeto era branco, tinha o mesmo tamanho que uma bola de futebol. Era pesado,
parecia com uma bola comum, mas tinha uma diferença, o objeto parecia ser feito
de metal.
Bernardo resolveu pega-lo para
ver o que era, examinou-o bem e reparou que ele possuía um pequeno botão preto,
ficou com medo de aperta-lo, mas não conseguiu resistir, com uma mão segurou
bem firme o objeto e com a outra ele esticou o dedo e apertou o botão.
O objeto se abriu e de dentro
dele saiu uma estranha criatura de pele roxa e enrugada. Era pequena, e tinha
orelhas grandes e pontudas, seus olhos eram grandes e redondos, a criatura
possuía garras bem afiadas.
- O que você é? – Perguntou Bernardo espantado.
- O que não e sim quem. Meu nome é R53, vim do planeta Donkly25. Eu
estava fazendo um passeio pelo seu sistema solar, tudo estava indo bem, só teve
um problema. – Respondeu à criatura, sua voz era bem engraçada, era bem fina,
Bernardo teve que se esforçar para não rir.
- O que?! Então você é um et. Bem, mas qual foi o problema? – Perguntou
Bernardo ainda bem espantado.
- ET não é a palavra certa, prefiro dizer donklynininiano25. Bem eu
fiquei tão distraído com o seu sistema solar que me esqueci de ver o
combustível e quando fui me lembrar a minha nave já estava caindo. – Respondeu
a criatura.
- É mesmo? Que pena, bem, mas você não tem mais combustível? – Perguntou
Bernardo enquanto dava uns beliscões no seu braço para ver se não estava
sonhando.
- Infelizmente não, resolvi não colocar um tanque reserva, pensei que a
viagem não ia ser tão longa, mas fiquei tão impressionado com as maravilhas
deste sistema solar que resolvi ir um pouco mais longe. Ei no seu planeta é
normal às pessoas ficarem se beliscando? – Perguntou a criatura que olhava
curiosa para a figura de Bernardo.
- Não, não é que eu estou vendo se não estou sonhando. – Respondeu
Bernardo.
- Bem, eu acho que não porque eu não poderia entrar no seu sonho. –
Disse à criatura que continuava a olhar curiosa para Bernardo.
- Talvez você só exista no meu sonho.
- Claro que não eu existo de verdade!
- Mas mudando de assunto, vocês falam português no seu planeta? –
Perguntou Bernardo.
- Não, lá nós falamos doblylililidondi333, acontece que eu usei a
chiquiba10, uma maquina que quando usada, faz com que nós donklynininianos25
possamos falar a língua do planeta em que caímos. – Respondeu a criatura.
- Mas no planeta terra nem todos falamos a mesma língua, ela varia de
acordo com cada país. – Falou Bernardo que não parava de olhar para a criatura.
- Hum, bem como eu caí no seu país então a chiquiba10 escolheu a
linguagem do seu país. Mas em Donkly25 todos falam a mesma língua.
- É nossos planetas tem costumes diferentes.
- Tem mesmo, por exemplo, em Donkly25 gostamos de andar bem limpinhos,
diferente de vocês terráqueos que pelo visto adoram ficar sujos.
- Que?! Nós não gostamos de andar sujos!
- Não é o que parece. Você está pior que um todiloko4.
- Um o que?
- Um todiloko4, é uma planta que existe no nosso planeta. Ela está
sempre suja. Não gosta de ficar limpa, igual você.
- Não gosto de ficar sujo é que hoje eu andei na terra e acabei me
sujando. No nosso planeta as pessoas não gostam de ficar sujas. Bem, talvez
algumas gostem, mas grande parte gosta de andar limpa.
- Isso não faz sentido, se algumas pessoas gostam de andar sujas então
todas as pessoas gostam de andar sujas.
- Claro que não, as pessoas não pensão todas iguais.
- Não? Nós donklynininianos25 pensamos todos iguais.
- É mesmo? Deve ser muito chato viver com pessoas que pensam exatamente
iguais a você.
- Nós não pensamos exatamente iguais, temos algumas diferenças como, por
exemplo, minha planta favorita é a undodidididicany77 e a planta favorita do
meu amigo D81 é a charayanoka40. Mas
pensamos quase iguais.
- Bem, como é no seu planeta?
- Lá é cheio de plantas que são bem diferentes das do seu planeta.
Algumas são bonitas e outras são feias. Algumas plantas são comestíveis,
enquanto outras não são. Donkly25 não é claro como a terra, é escuro, estou
tendo até certa dificuldade para enxergar aqui.
- É nossos planetas são bem diferentes mesmo.
- Mas como já conversamos demais eu preciso de combustível.
- Duvido muito que tenha aqui na terra.
- Tem sim, nosso combustível é chamado de oglwn21 que traduzido para o
português quer dizer sal.
- Sal? Vocês usam sal como combustível?
- Sim, usamos, mas por que você está tão espantado?
- É porque nós usamos sal para colocarmos na comida.
- Que nojo.
- Bem eu vou pegar então.
- Ótimo encha isso de sal. – Disse a criatura enquanto tirava de sua
nave um minúsculo vidrinho azulado.
- Tudo bem.
Bernardo foi até a sua casa,
pegou o saleiro e encheu o vidrinho de sal. Depois o levou até a criatura que
agradeceu.
- Não conte a ninguém que eu existo, alguns terráqueos podem querer
invadir o meu planeta.
- Tudo bem, prometo que não conto.
- Você não vai tentar invadir o meu planeta né?
- Claro que não.
- Ótimo e se tentar terão milhares de plantas carnívoras esperando você.
- Tá bem, então tchau.
- Tchau, até outro dia.
- Até.
E então a criatura entrou na
sua nave e a fechou. A nave começou a voar para cima até desaparecer no
céu.